Publicado em 27/02/2025 17h57

Fatores externos e dados domésticos influenciam os mercados financeiros

Rabobank analisa impacto de Trump, Fed e indicadores brasileiros no câmbio.
Por: Wisley Torales

Segundo análise do Rabobank, fatores externos continuam a exercer influência significativa sobre os mercados. O ex-presidente dos Eua, Donald Trump, ordenou que seu governo avalie a imposição de tarifas recíprocas contra parceiros comerciais nas próximas semanas, visando reequilibrar as relações comerciais.

Adicionalmente, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou a postura hawkish da ata do banco central americano, sinalizando que não há urgência em reduzir as taxas de juros, diante de uma economia ainda aquecida. O núcleo do Cpi dos Eua apresentou um aumento de 0,4% m/m, superando a expectativa de 0,3%, o que fortalece a percepção de manutenção de uma política monetária restritiva.

No Brasil, o presidente do Banco Central ressaltou que as taxas de juros estão em um nível restritivo, enquanto os indicadores mais recentes apontam para uma desaceleração econômica. O Ibc-Br de dezembro registrou uma queda de 0,7% m/m, resultado inferior à projeção do mercado de -0,4%. No acumulado de 2024, o crescimento foi de 3,8%, superando o avanço de 2,7% em 2023. O setor de serviços apresentou uma retração de 0,5% m/m, mas encerrou o ano com um aumento de 3,1%, com destaque negativo para o segmento de transportes, impactado pela menor safra de grãos. Já o varejo ampliado retraiu 1,1% m/m em dezembro, mas cresceu 4,1% no ano.

O dólar encerrou a semana anterior cotado a R$ 5,7306, com uma desvalorização semanal de 0,6% do real, a segunda pior entre 24 moedas emergentes. O Rabobank avalia que as tarifas anunciadas por Trump podem ser parte de uma estratégia de negociação, mas o cenário global incerto e a política monetária dos Eua manterão o real sob pressão. Para 2025, a projeção é que o dólar termine o ano cotado a R$ 5,94.

A próxima semana promete ser movimentada, com a divulgação do Ipca-15, esperado em 1,33% m/m (5,07% a/a), além dos dados fiscais do Governo Central e do mercado de trabalho. No cenário externo, o foco estará nos indicadores de atividade no Chile e na inflação do Peru.

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