Minas Gerais alcançou um novo patamar nas exportações do agronegócio no primeiro quadrimestre de 2025, respondendo por 46,8% das exportações totais do estado. Dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) indicam uma receita de US$ 6,5 bilhões e 5 milhões de toneladas embarcadas.
Este desempenho representa o melhor resultado para o período desde 1997. Em comparação com o mesmo período de 2024, houve um crescimento de 26% na receita, mesmo com uma retração de 6,2% no volume exportado. A valorização média de 34% no preço por tonelada das commodities agropecuárias mineiras impulsionou o aumento no faturamento.
A Seapa projeta que, mantidas as tendências de preços e o comportamento sazonal, o estado pode fechar o ano com exportações agropecuárias entre US$ 19,5 bilhões e US$ 20,5 bilhões. “Esse desempenho reforça a posição de Minas como terceiro maior exportador do agro no Brasil, atrás apenas de Mato Grosso e São Paulo”, informou a secretaria.
Os produtos mineiros chegaram a 160 destinos internacionais, com destaque para a China (23%), Estados Unidos (13%), Alemanha (9%), Itália (6%) e Japão (5%).
O café liderou a pauta de exportações do agronegócio mineiro, com US$ 3,9 bilhões em receita e embarque de 10 milhões de sacas. Apesar da queda de 3% no volume devido à entressafra, o faturamento subiu 70% em relação ao primeiro quadrimestre de 2024, representando 60% da receita total do setor no estado.
A soja, incluindo grãos, farelo e óleo, somou US$ 1,1 bilhão em receita e 2,9 milhões de toneladas exportadas. Houve queda de 9% no valor e crescimento de 0,7% no volume. Segundo a Seapa, os preços permanecem influenciados pela guerra comercial entre Estados Unidos e China e pelo início do plantio do grão nos EUA.
As exportações de ovos registraram um crescimento expressivo, alcançando US$ 6,6 milhões, com um aumento de 495% no valor e 278% no volume, totalizando 3 mil toneladas. A demanda foi impulsionada principalmente pelos Estados Unidos, que enfrentam dificuldades no setor avícola devido à influenza aviária.
As carnes também apresentaram um bom desempenho. O total exportado somou US$ 533 milhões, com 158 mil toneladas embarcadas. A carne bovina respondeu por US$ 374 milhões e 78 mil toneladas, com alta de 19% em receita e 8% em volume. Os Estados Unidos ampliaram suas compras, com um aumento de até 195%.
A carne suína movimentou US$ 24 milhões, com 11 mil toneladas vendidas. As Filipinas estrearam como destino e já ocupam o quarto lugar entre os principais compradores, com 10% dos embarques. A carne de frango totalizou US$ 128 milhões e 66 mil toneladas, com crescimento de 17% em valor e 10% em volume. As vendas para a China e os Países Baixos foram os destaques.
O segmento de produtos florestais — celulose, papel e madeira — superou o complexo sucroalcooleiro, ocupando a quarta posição entre os grupos exportadores do agro mineiro, com US$ 339 milhões e 559 mil toneladas. A mudança foi resultado da queda de 42,5% na receita e de 38% no volume do setor sucroalcooleiro, que fechou o quadrimestre com US$ 334 milhões e 711 mil toneladas exportadas. O recuo foi atribuído às condições climáticas desfavoráveis, que afetaram o desenvolvimento da cana-de-açúcar e comprometeram a produção de açúcar e etanol.
As Filipinas estrearam como destino da carne suína mineira e já respondem por 10% dos embarques.