A China proibiu todas as importações de aves e produtos relacionados do Brasil, conforme comunicado oficial da Administração Geral de Alfândegas da China, datado de 29 de maio. A medida foi tomada após a confirmação de um surto de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul.
A proibição abrange todas as importações diretas e indiretas de carne de frango e produtos avícolas brasileiros. Caso os produtos entrem no território chinês, serão devolvidos ou destruídos. Além disso, todos os resíduos animais e vegetais vindos do Brasil deverão ser desinfetados sob supervisão aduaneira, sem possibilidade de descarte autônomo.
Essa decisão amplia uma suspensão anterior e frustra a tentativa do governo brasileiro de limitar o embargo à cidade de Montenegro, onde foi detectado o foco da doença no país.
O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, já havia interrompido voluntariamente os embarques para a China e a União Europeia por 60 dias no início de maio, após a confirmação do surto.
A decisão de Pequim ocorre em um momento de aquecimento das relações diplomáticas entre o presidente Lula (PT) e o líder chinês Xi Jinping. A China é o principal destino do frango brasileiro e representa mais de 10% das exportações do setor em 2024.
Outros países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes, União Europeia e Coreia do Sul também impuseram restrições às compras do Brasil. No entanto, ao contrário da China, optaram por embargos regionais, geralmente limitados ao Rio Grande do Sul.
Na semana passada, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou estar negociando com parceiros internacionais para que adotem medidas semelhantes, restringindo a suspensão ao entorno da área afetada.
O Brasil exportou cerca de US$ 10 bilhões em carne de frango em 2024 e responde por aproximadamente 35% do comércio global.
