Os nematoides parasitas do solo representam um dos principais fatores de perda de produtividade em diversas culturas agrícolas no Brasil. Esses organismos atacam as raízes das plantas, onde provocam lesões que diminuem a capacidade de absorção de água e nutrientes. O resultado é observado em lavouras com menor vigor, mais suscetíveis a doenças e com rentabilidade reduzida por hectare.
Na cultura da cana-de-açúcar, os danos se mostram ainda mais expressivos. Os parasitas diminuem a longevidade do canavial, o que exige reformas antecipadas da área e eleva os custos de produção para o agricultor. Uma estimativa da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), de 2022, aponta que as perdas econômicas no país chegam a R$ 35 bilhões por ano.
As quedas de produtividade podem variar entre 10% e 30%, a depender da cultura e do nível de infestação. Diante desse cenário, práticas de manejo sustentável ganham destaque, com foco no uso de microrganismos que atuam no controle populacional dos nematoides no solo.
Uma das alternativas disponíveis no mercado é o Bionematicida Fazen, lançado pela empresa Allterra. O produto tem em sua composição duas bactérias, Bacillus subtilis e Bacillus licheniformis, e um fungo, o Purpureocillium lilacinum. Segundo a companhia, a combinação dos agentes biológicos proporciona um modo de ação múltiplo.
Essa característica permite atingir o parasita em todas as suas fases de ciclo de vida, um ponto importante para o manejo em áreas onde a praga já está estabelecida. A formulação foi desenvolvida para diferentes usos e pode ser aplicada no tratamento de sementes, no sulco de plantio ou via drench (esguicho), sem a necessidade de refrigeração para armazenamento.
O produto é classificado na categoria toxicológica 5, a mais baixa, e se integra ao manejo integrado de pragas (MIP). Soluções biológicas contribuem para o controle mais eficiente dos nematoides e para a melhoria da saúde do solo, fatores determinantes para a manutenção da produtividade agrícola com menor impacto ambiental.