Publicado em 09/06/2015 10h01

Produtores de assentamentos de Terenos vão fornecer leguminosas para atacado da Capital

A partir desta quarta-feira (10), 32 pequenos produtores rurais de assentamentos da região de Terenos (MS) passam a ser fornecedores de leguminosas para uma das quatro lojas da rede Forte Atacadista, em Campo Grande
Por: Famasul

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A produção dos vegetais é resultado do trabalho de assistência técnica e extensão do programa Hortifruti Legal, realizado desde outubro de 2014 por profissionais do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

As negociações com o atacadista começaram em dezembro do ano passado e fazem parte da metodologia do ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural, que tem a finalidade de estimular a produção de hortifrutigranjeiros, disponibilizando apoio técnico especializado, oferecendo capacitação e criando uma rede de intermediação para venda da produção.

Entre os produtos fornecidos estão abóbora paulista, berinjela, jiló, mandioca, milho, pimentão, pepino comum e japonês, quiabo, alface crespa, agrião e couve. As entregas serão realizadas três vezes por semana (segunda, quarta e sexta-feira), totalizando cerca de 1,6 mil quilos de leguminosas e 300 maços ou unidades de verduras.

Segundo o coordenador do programa, Francisco Pereira Paredes, o aspecto social foi decisivo para formalização do convênio. “Apresentamos a proposta ao Forte Atacadista, detalhando o trabalho realizado pelo ATER e a transformação ocorrida entre os assistidos. Nosso agrônomo desenvolveu um projeto incluindo escala de produção, análise de mercado e avaliação das culturas com maior demanda de vendas”, esclareceu.

O responsável por diagnosticar as potencialidades dos produtores e intermediar o contato com os compradores é o Técnico em Agropecuária e colaborador do Senar/MS, Wilke Richard do Nascimento. Com formação em Ciências Sociais e especialista em Agregação de Valor à Produção pela Reforma Agrária, desenvolveu um trabalho de esclarecimento entre os participantes do Hortifruti Legal. “O município de Terenos conta com 10 assentamentos que possuem área média de sete hectares. Os proprietários já tinham o hábito de cultivar quiabo, abóbora e mandioca, mas de forma artesanal, sem técnica profissional. Nosso trabalho abrange um grupo de produção, no qual cada um fica responsável por cinco culturas diferentes e também foi sugerido o cultivo de outros produtos de fácil aceitaç&ati lde;o no mercado”, argumentou.

Para o engenheiro agrônomo e técnico responsável pelo atendimento da região, Paulo Mitio, a maior dificuldade foi modificar a condição psicológica dos produtores familiares. “Identifiquei no início do atendimento que os produtores estavam desacreditados e com baixa estima. Eles já tinham participado de outros programas que prometeram apoio e assistência técnica, mas que não foram concluídos”, apontou.

Mitio realiza visitas mensais, com quatro horas de duração, explicando as técnicas de plantio corretas e esclarecendo dúvidas de manejo, além de sugerir a participação em cursos de FPR – Formação Profissional Rural oferecidos pelo Senar/MS. “A produção melhorou bastante e o resultado são iniciativas como cultivo protegido e construção de quatro estufas para alavancar o cultivo de tomate cereja, pimentão e pepino japonês”, acrescentou.

Serviço - A cerimônia que formalizará a primeira entrega de hortifrutigranjeiros está marcada para quarta-feira (10), às 15h30, na loja do Forte Atacadista, localizada na Avenida Gury Marques, 4855, Saída para São Paulo.

Sobre o Sistema Famasul – O Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é um conjunto de entidades que dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul. É formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS) e pelos sindicatos rurais do Estado.

O Sistema Famasul é uma das 27 entidades sindicais que integram a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Como representante do homem do campo, põe seu corpo técnico a serviço da competitividade da agropecuária, da segurança jurídica e da valorização do homem do campo. O produtor rural sustenta a cadeia do agronegócio, respondendo diretamente por 17% do PIB sul-mato-grossense.