Publicado em 09/06/2015 17h13

Governo anuncia quase R$ 200 bi em concessões de infraestrutura

Ministro Nelson Barbosa disse que haverá financiamento do BNDES, mas que acesso a mercado de capitais será estimulado para captar recursos
Por: Raphael Salomão

porto

A segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL) prevê investimentos de R$ 198,4 bilhões nos modais rodoviário, ferroviário, portuário e aeroportuário. Foi o que informou o ministro o Planejamento, Nelson Barbosa, na cerimônia de anúncio do plano de concessões à iniciativa privada, nesta terça-feira (9/6), no Palácio do Planalto, com a presença de ministros, governadores e da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com Barbosa, desse total, R$ 69,2 bilhões devem ser investidos até 2018, último ano do governo Dilma. Os investimentos previstos em modal rodoviário são de R$ 66,1 bilhões. As ferrovias devem receber R$ 86,4 bilhões. Outros R$ 37,4 bilhões estão previstos para os portos e R$ 8,5 bilhões para os aeroportos.

“Nosso trabalho é viabilizar investimentos atrativos para o setor privado e que gerem serviços de qualidade para os usuários”, disse Barbosa, durante sua apresentação, destacando o diálogo com a própria iniciativa privada e os governos estaduais para a elaboração do plano. “Proporcionamos remuneração compatível com riscos e custos de cada projeto”, acrescentou.

Nelson Barbosa garantiu que haverá recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar as novas concessões. No entanto, disse que a intenção do governo é complementar a atuação do banco estatal com o acesso a recursos por meio do mercado de capitais. “Assim será possível financiarmos esses investimentos em infraestrutura”, disse.

Em seu pronunciamento, o ministro do Planejamento destacou também a necessidade de se investir mais no país, especialmente eminfraestrutura, como forma de aumentar a competitividade e garantir que a economia cresça de forma sustentável. Segundo ele, entre 2010 e 2014, a taxa média de investimentos no país foi de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), o que classificou como insuficiente.

“É essencial aumentar a produtividade para garantir um crescimento acelerado da economia. Isso resulta em maiores salários sem pressionar a inflação, as empresas poderão ter maiores lucros sem pressionar a inflação”, disse o ministro do Planejamento.

Na avaliação dele, viabilizar esses investimentos envolve, por exemplo, garantir a estabilidade macroeconômica, “necessária, mas não suficiente”. E também dar previsibilidade regulatória, torando a aplicação dos recursos mais segura e atrativa ao investidor. “O maior investimento deve ser do setor privado”, defendeu o ministro o Planejamento.