Publicado em 13/07/2015 23h09

Rebanho maior fará produção de carne bovina crescer 1,6% na União Europeia

Recuperação deve impulsionar a produção de carne bovina na região em 1,4% em 2015 e em 0,6% em 2016, projeta a Comissão Europeia.
Por: Estadão Conteúdo

boi

Segundo cálculo da Comissão Europeia, o rebanho bovino aumentou 1,4% desde 2011 e atingiu 88,3 milhões de cabeças no ano passado. Mas, mesmo com a maior disponibilidade de bovinos para o abate, o grupo ainda precisará importar volumes significativos de produtores como a Austrália e o Brasil. 

Em relatório, a Comissão Europeia afirma a região superou, em quantidade, o rebanho registrado em 2010, após três anos consecutivos de recuperação. Os dados indicam que houve redução de 290 mil cabeças no rebanho de corteneste comparativo, compensada por avanço no número de animais para a produção de leite.

"Isso confirma o fato de que a produção de carne bovina na União Europeia dependerá ainda mais do rebanho leiteiro no futuro", afirmam analistas no documento. Essa relação foi observada no primeiro trimestre deste ano, em que a produção de carne subiu 4,8% em relação a igual período de 2014.

A alta decorreu principalmente do abate de vacas leiteiras, principalmente na Polônia e na Itália, que enviaram mais animais para frigoríficos para tentar não superar a cota imposta pelo bloco para a produção de leite, vigente até o fim de março. No entanto, a Comissão Europeia espera que o abate desses animais não continue no segundo semestre e que a produção de carne bovina aumente como reflexo natural do maior rebanho. 

Desse modo, a União Europeia deve produzir este ano 7,824 milhões de toneladas equivalente-carcaça, que são comparáveis à tonelada da carne in natura com osso. Em 2016, a quantidade será de 7,881 milhões de toneladas equivalente-carcaça. A produção voltou a subir no ano passado (2,5%), após cair 8,77% entre 2010 e 2013.

O aumento da produção deve ocasionar leve retração nas importações de carne bovina do bloco este ano, mas a Comissão Europeia estima que os volumes sigam praticamente em linha com os registrados em 2014.

No ano passado, o grupo de países comprou 307 mil toneladas e a projeção é de importar 295 mil toneladas em 2015 e 302 mil toneladas em 2016. No documento, a entidade cita a Austrália e o Brasil como países que têm conquistado o mercado europeu diante da queda nas exportações da Argentina.

No entanto, a comissão prevê que a descapitalização de produtores australianos cria oportunidades para que o Brasil ganhe participação neste grupo de países. "O Brasil pode tomar uma fatia (da Austrália) visto que as exportações para a Rússia não saíram conforme o esperado e a demanda interna está baixa devido à situação econômica".