Publicado em 10/11/2014 10h42

MT: Plantio ainda segue defasado em relação ao mesmo período do ano passado

Oleaginosa teve período de avanços, tanto no ritmo de plantio, quanto na realização de bons negócios
Por: Diário de Cuiabá

defasando

O ritmo empregado no campo para compensar o atraso no plantio da safra 2014/15, em Mato Grosso, emplacou na semana passada a maior evolução semanal já registrada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea): 26,4 pontos percentuais (p.p.). Até então, o recorde era de 20 p.p., atingido entre os dias 24 a 30 do mês passado. Com a evolução, a cobertura vai a 66,9%, dos mais de 8,8 milhões de hectares previstos para esse ciclo. Mesmo acelerando dia e noite as plantadeiras, o ritmo atual ainda está aquém do registrado no ano passado, quando a semeadura estava concluída em 86% da superfície.

Os turnos dobrados no campo refletem a preocupação do produtor em descontar o atraso da safra, em razão da estiagem sobre o Estado por praticamente todo mês de outubro, seca que paralisou por mais de uma semana os trabalhos. Quanto mais cedo se conseguir finalizar o plantio, mais chances de bom desenvolvimento a planta tem e o produtor assegura área maior para fazer a safrinha em 2015.

Mesmo aproveitando todas as janelas climáticas das últimas duas semanas, com o retorno gradual das chuvas, o produtor segue preocupado com as possíveis consequências dessa lentidão no plantio. De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), há temor em relação as consequências do atraso.

Enquanto as plantas se desenvolvem nas lavouras, em estágios diferentes – pelo vasto intervalo de plantio – o produtor se preocupa também com os preços do mercado internacional. Pelo menos nessa semana, sob o embalo da valorização do dólar frente ao real, houve reação, tanto para negócios da safra ‘velha’ como no futuro.

PREÇOS - Analistas da Safras e Mercados apontam para a recuperação dos referenciais internos, o que fez girar a comercialização da soja brasileira. Entre os dias 30 de outubro e 6 de novembro, a saca de 60 quilos subiu R$ 59 para R$ 62, na região de Rondonópolis (MT), demanda pelos grãos da safra 2013/14. “A alta interna foi garantida pela maior competitividade na exportação, determinada pelo câmbio favorável. Em meio à perda de confiança do mercado financeiro em relação ao governo Dilma e ao fortalecimento da economia norte-americana, o dólar comercial subiu 6,4% no período, encerrando a quinta a R$ 2,562”.

Os produtores brasileiros de soja negociaram 17% da safra 2014/15 de forma antecipada, segundo levantamento com base em dados recolhidos até 3 de novembro pela consultoria. No levantamento anterior, de 2 de outubro, o número era de 12% e em igual período do ano passado, eram 33%, com média de 36% para o período. “Levando-se em conta uma safra estimada em 95,9 milhões de toneladas, o volume de soja já comprometido chega a 16,41 milhões de toneladas”.

Em relação à safra 2013/14, o número é de 95% da safra 2013/14. Em igual período do ano passado, a comercialização envolvia 92% e a média para o período também é de 92%.