Publicado em 11/12/2015 14h39

Tonon Bioenergia pede recuperação judicial

Empresa possui duas usinas no interior de São Paulo e uma em Mato Grosso do Sul
Por: Estadão Conteúdo

A Tonon Bioenergia, grupo sucroalcooleiro com três usinas nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, entrou nesta quarta-feira (9/10), com pedido de recuperação judicial. Amargando uma dívida líquida superior a R$ 2,60 bilhões, quase o dobro da registrada em 2014, a companhia justificou, em comunicado a investidores, que tomou a medida "para lidar com as dificuldades financeiras enfrentadas desde o começo deste ano principalmente em função dos baixos preços de açúcar e etanol e da significativa desvalorização cambial da moeda brasileira".

"Essa deterioração foi agravada pela restrição de crédito e dificuldades que o setor de açúcar e etanol no Brasil atravessam faz bastante tempo", acrescentou a empresa. Assim que a Justiça aceitar o pedido, a Tonon terá 60 dias para submeter um plano de recuperação a seus credores e, adicionalmente, outros 120 dias para discutir e aprovar a proposta. "O objetivo principal do pedido de recuperação judicial é restaurar uma adequada estrutura de capital e preservar a continuidade do negócio. A companhia não espera interrupção de suas operações", destacou a empresa.

Em julho, a Tonon havia refinanciado grande parte de seus vencimentos de curto prazo e aliviado parcela significativa de suas pressões de liquidez com um empréstimo de US$ 70 milhões, concedido pelo Gramercy Funds Management LLC. À época, a agência de classificação de risco Standard chegou a elevar os ratings de crédito atribuídos à empresa, citando também as economias anuais de aproximadamente US$ 30 milhões resultantes da redução nos pagamentos de juros.

A sede da Tonon é em Bocaina (SP), onde possui a Unidade Santa Cândida, com capacidade para moagem de 3,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra. As outras duas plantas são a Paraíso, em Brotas, que pode moer 2,5 milhões de toneladas de cana por temporada; e a Vista Alegre, em Maracaju (MS), também com capacidade instalada para 2,5 milhões de toneladas. Pelo balanço mais recente, referente ao segundo trimestre do ano-safra 2015/16 (julho, agosto e setembro), a Tonon havia processado 4,93 milhões de toneladas no período, 7,4% menos na comparação anual.