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Publicado em 18/02/2016 15h41

FCStone eleva previsão de déficit na safra 2015/2016 de açúcar

A perspectiva negativa ocorre após cinco anos seguidos de excedente na produção
Por: Estadão Conteúdo

A INTL FCStone elevou nesta quarta-feira (17/02), sua projeção para o déficit de açúcar na safra global 2015/2016, que se encerra em 30 de setembro, de 5,6 milhões para 7 milhões de toneladas. Trata-se do primeiro déficit após cinco anos seguidos de excedente. De acordo com a consultoria, as perspectivas de produção vêm piorando em importantes players globais, como União Europeia, Índia, China e Tailândia. A expectativa é de que a fabricação do alimento na temporada alcance 175,6 milhões de toneladas (-3,7%), enquanto o consumo, 182,7 milhões de toneladas (+1,8%).

"Na maioria dos casos, a redução no volume foi resultado do clima pouco adequado para o desenvolvimento da matéria-prima, seja ela cana-de-açúcar ou beterraba", afirmou o analista da INTL FCStone, João Paulo Botelho. Conforme ele, o El Niño, cuja ocorrência atual está entre as mais intensas já registradas, foi o principal responsável pelas adversidades climáticas.

A produção mais enxuta vem sendo puxada pela União Europeia, que sofreu com o clima seco durante o verão, além do decrescimento da área plantada. A previsão da consultoria é de produção 18,5% menor, com 14,3 milhões de toneladas de açúcar. O clima desfavorável também prejudicou China e Índia, que devem produzir 9,2 milhões de toneladas (-12,8%) e 11,1 milhões de toneladas (-4,3%), respectivamente.

Na Índia, a forte seca prejudicou os canaviais dos Estados de Maharashtra e Karnataka. Com chuvas abaixo da média, a disponibilidade de água para irrigação foi "drasticamente" reduzida, prejudicando o desenvolvimento dos canaviais e até o plantio da próxima safra nessas regiões.

Apenas o Centro-Sul do Brasil deve aumentar a produção de açúcar nesta safra, para 33,5 milhões de toneladas, ou 10,8% superior ao observado em 2014/2015. "A safra da região que se inicia em 2016 deve ser beneficiada pelas chuvas acima da média no fim da temporada anterior ao mesmo tempo em que o fim do El Niño esperado para o primeiro semestre deste ano deve reduzir o volume de chuvas durante a colheita", destacou Botelho.