Publicado em 17/03/2016 17h01

JBS encerra 2015 com lucro líquido de R$ 4,6 bilhões

Diversificação de portfólio e a agregação de valor de produtos foram fatores considerados importantes para o resultado
Por: Rafael Salomão

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A JBS registrou no ano passado um lucro líquido de R$ 4,6 bilhões. O valor é mais que o dobro do registrado em 2014, quando o resultado foi de R$ 2 bilhões. A informação está no balanço da companhia, divulgado nesta quarta-feira (16/2). A receita líquida da multinacional de proteína animal cresceu 35,2% de um ano para outro, passando de R$ 120,5 bilhões para R$ 162,9 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) passou de R$ 11,1 bilhões para R$ 13,3 bilhões, um crescimento de 19,9%.

“Fortalecemos nossas operações em importantes regiões produtoras de alimentos no mundo e diversificamos nosso portfólio, agregando cada vez mais valor aos nossos produtos, com marcas fortes e reconhecidas pelo mercado”, avaliou o presidente global da companhia, Wesley Batista, no relatório.

Os resultados foram obtidos em um ano de diversas aquisições por parte da multinacional de matriz brasileira. Na Europa, a companhia concluiu a aquisição da Moy Park. A operação, administrada pela subsidiária norte-americana, foram agregados ativos da Tyson Foods no México, além da Cargill Pork, divisão de carne suína da Cargill. Ainda em 2015, a JBS concluiu a compra da Primo, na Austrália, e da Scott Technologies, empresa da Nova Zelândia que executa projetos de automação industrial.

Considerando o desempenho por região no ano passado, cujos resultados foram divulgados prioritariamente em moedas locais, a receita líquida da JBS Foods, que comanda a operação brasileira nos segmentos de aves e suínos, passou de R$ 12,89 bilhões para R$ 18,75 bilhões (+45,2%).

“O principal crescimento no ano foi advindo das vendas de aves in natura, que aumentaram 89,6% em volume no mercado doméstico e 29,8% no mercado internacional. A categoria de processados também apresentou crescimento expressivo, com aumento de volume e preços no mercado interno de 12,9% e 8,4%, respectivamente, combinado a um incremento de preços de 38,8% nas exportações, parcialmente compensado pela queda de 17,0% em volume”, informa o relatório.

Na JBS Mercosul, o crescimento foi de 9,3% (de R$ 26,19 bilhões para R$ 28,62 bilhões). O desempenho foi creditado aos preços melhores dos produtos vendidos, que compensaram a queda de quase 12% nos volumes.

Já na JBS USA, a receita líquida com a divisão de carne bovina – que inclui as operações na Austrália e no Canadá – foi exceção. Passou de US$ 21,62 bilhões para US$ 22,13 bilhões de um ano para outro (+2,4%). Na divisão de frango (Pilgrim`s Pride), houve queda de 4,7% na receita líquida, de US$ 8,58 bilhões para US$ 8,18 bilhões. Na carne suína, a JBS USA registrou redução de 10,4% no faturamento líquido, de US$ 3,82 para US$ 3,43.

Nos bovinos, a direção da empresa avalia que o efeito positivo da baixa oferta de gado e valorização do dólar. Já no caso dos suínos, a queda dos preços dos produtos levou a uma redução de receita. E o desempenho da Pilgrim`s Pride foi afetado pela redução de preços de cortes de frango e pelos menores volumes de exportação.

Considerando só o quarto trimestre de 2015, a JBS reistrou prejuízo líquido de R$ 275 milhões, revertendo o resultado do mesmo período no ano retrasado, quando lucrou R$ 619 milhões. De acordo com o balanço, o desempenho sofreu efeitos negativos dos setores de carne bovina e de frango nos Estados Unidos, além de despesas de R$ 460,6 milhões.

2016

Para este ano, a direção da empresa aponta como uma das prioridades o crescimento orgânico, sinalizando uma menor possibilidade de aquisições de empresas. Outra meta é ampliar a chegada direta ao consumidor, enfatizando as vendas de produtos preparados e com marcas.

Financeiramente, uma das prioridades é a diminuição do nível de endividamento. A JBS encerrou 2015 com uma dívida líquida (valor devido menos recursos em caixa) total de R$ 47,03 bilhões, o equivalente a 3,18 vezes o patrimônio líquido da companhia. No total, 68% são compromissos de longo prazo. Em dólar, a dívida é de US$ 12,04 bilhões.