Publicado em 22/03/2016 18h07

Mesmo no cenário de crise, vendas de sêmen sobem em 2015

Destaque foi o gado de corte, que evoluiu 16,26% em 2015, e ultrapassou 12,6 milhões de doses
Por: Sebastião Nascimento

Mesmo no cenário de crise política e econômica, as vendas de sêmen bovino no país cresceram 4,7% em 2015, em relação a 2014. Juntos, os segmentos de corte e leite comercializaram 12.606.703 de doses, ante 12.037.346 no período anterior. Os números foram divulgados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), nesta terça-feira (22/3) em São Paulo.

O resultado positivo foi puxado pelo segmento de corte, que absorveu 8.274.084 doses, ante 7.116.605 em 2014, uma evolução de 16,26%. Segundo Carlos Vivacqua Carneiro da Luz, presidente da ASBIA, “a valorização do preço da arroba durante todo o ano passado possibilitou ao produtor investir no melhoramento animal através da Inseminação Artificial, o que contribuiu para o desempenho positivo do setor.”

Já a comercialização de sêmen de gado leiteiro caiu. Segundo a Asbia, o mercado de leite comercializou 4.328.689 doses de sêmen, ante 4.921.341, em 2014, com queda de 12,04 %.

“No ano de 2015, diversos fatores impactaram o mercado lácteo nacional e internacional. Tivemos o bloqueio à Rússia, que tirou do mercado um importante player importador de lácteos, um decréscimo no crescimento econômico da China, a Europa, com o vai e vem da sua economia, e o fortalecimento do dólar em relação a diversas moedas. Estes, entre outros fatores, trouxeram um significativo impacto no mercado de sêmen,” explica. Carlos Vivacqua.


“No mercado brasileiro, tivemos, face aos bons valores da arroba, uma intensificação de descartes dos animais de leite, gerando bom caixa aos produtores. Em alguns estados, houve a utilização de cruzamento com raças de corte, principalmente nas novilhas, na busca dos bons valores da remuneração da carne”, prossegue o presidente da ASBIA, acrescentando que, como consequência, ocorreu uma redução das fêmeas de leite disponíveis ao uso de Inseminação Artificial (IA) com sêmen de leite.

“Houve, também, um aumento dos custos de produção em função da desvalorização do real e a manutenção dos preços do leite pago aos produtores, trazendo menor rentabilidade à atividade”, analisa Vivacqua.

Novidade: Em 2015, houve aquecimento dos negócios no mercado externo, principalmente no setor de corte, que registrou um aumento bastante expressivo: 54,9%. No período, as exportações de sêmen de corte totalizaram 103.739 doses, ante 66.976 na temporada anterior. As vendas externas também evoluíram no leite, com 118.852 doses comercializadas, ante 112.787, um incremento de 5,4% na mesma comparação.