Pecuária sustentável deve liberar 17 milhões de hectares para outras atividades
Publicado em 08/06/2016 16h36

Pecuária sustentável deve liberar 17 milhões de hectares para outras atividades

“A previsão é de que em 2030, as áreas de pastagens alcancem 161 milhões de hectares, liberando 17 milhões de hectares para a agricultura, floresta e restauração florestal”. A afirmação feita pelo presidente do GTPS - Grupo de Trabalho Pecuária Sustentável, Fernando Sampaio, comprova o que poucas pessoas ainda sabem: quando o assunto é sustentabilidade, o produtor rural brasileiro está um passo à frente. A discussão faz parte do seminário anual do GTPS realizado nesta terça-feira (07) em Campo Grande/MS.
Por: GTPS

O Seminário abriu também a programação do II SIGEE – Simpósio Internacional de Gases de Efeito Estufa, realizado entre os dias 07 e 09 pelo Sistema Famasul, Embrapa Gado de Corte - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e outros parceiros.

Durante a abertura, o presidente da Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Maurício Saito destacou o papel da comunicação neste processo de reconhecimento dos esforços do setor produtivo brasileiro. “O compartilhamento de informação  e a comunicação com a comunidade em geral. Esses são os desafios do setor produtivo”.

Já o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande/MS, Ruy Fachini, que representa o Sistema Famasul no GTPS, participou dos debates destacou que: “Apesar dos desafios, a pecuária e a sustentabilidade já são uma realidade que precisa ser divulgada e valorizada cada vez mais”.

Acordos Mundiais e o Papel da Pecuária foram os principais temas debatidos. No balanço feito pelo GTPS, o Brasil avançou de forma significativa na produção sustentável de carne e aponta para um cenário muito positivo em relação a resultados a médio e longo prazo. Entre as conquistas mais importantes estão a redução do desmatamento, o aumento da produtividade, fortalecimento do setor e o Código Florestal. Mas o setor tem muitos desafios pela frente. A compensação financeira do produto nacional em função das exigências do mercado externo e das barreiras comerciais é uma das preocupações. “Se os EUA já desmataram quase tudo, se a União Europeia já desmatou quase tudo, agora eles querem que a gente congele. A gente tem floresta e produção, a gente tem as duas coisas. A gente tem que conseguir mostrar isso de uma forma muito agressiva. O nosso próximo passo é fazer isso valer no cenário internacional”, afirmou Rodrigo Lima, diretor da Agroícone.

Entre os desafios do cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Paris no fim do ano passado está o financiamento das ações. O Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking dos países que mais emitem gases poluentes, com 2% do total. Energia e agropecuária são os principais responsáveis. O país assumiu o compromisso de reduzir os índices de emissão com o aporte de tecnologia para melhorar a eficiência da produção, implementar o código florestal, acabar com o desmatamento ilegal, além da recuperação de áreas degradadas, ampliação da integração lavoura pecuária floresta e outras medidas. Mas a questão é o financiamento dessas ações. “Para fazer todas essas mudanças é preciso ter dinheiro”, disse Rodrigo Lima.

SIGEE – O II Simpósio Internacional de Gases de Efeito Estufa está sendo realizado entre os dias 07 e 09 de junho no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande/MS. Serão discutidas as tendências sobre dinâmica de GEEs na agropecuária internacional e sua relação com o cenário brasileiro. Outro objeto é organizar uma agenda positiva para a agropecuária brasileira, com diretrizes para reduzir o impacto ambiental, com foco na dinâmica de GEEs.

Publicidade