Publicado em 12/08/2016 18h39

Renda da agropecuária em 2016 cai 2,26% para R$ 516,4 bilhões

Os cálculos do Ministério da Agricultura mostram perdas de R$ 9 bilhões na pecuária e de R$ 2,9 bilhões nas lavouras
Por: Venilson Ferreira

O valor bruto da produção agropecuária (VBP), que reflete a renda dos produtores rurais, deve atingir R$ 516,4 bilhões neste ano, em queda 2,26% ou R$ 11,9 bilhões, em relação ao ano passado. Os cálculos são da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, levando em conta as estimativas de produção e os preços médios praticados no mês passado.

Segundo o estudo, a maior queda na renda ocorreu no setor de proteínas animais, cujo VBP foi calculado em R$ 178,382 bilhões, valor 4,81% (R$ 9,006 bilhões) inferior ao do ano passado. No caso das lavouras a queda foi de 0,86% ou R$ 2,932 bilhões, para R$ 338,04 bilhões.

Vale observar que a alta de preços compensou em parte a forte quebra na produção brasileira de grãos, provocada pelo clima errático ao longo da safra passada, sob a influência do fenômeno climática El Niño. As perdas nos grãos foram estimadas em 9,8% (20,4 milhões de toneladas) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No caso da pecuária, a maior queda de renda ocorreu na produção de leite, cuja renda soma R$ 26,048 bilhões, valor 10,7% (R$ 3,119 bilhões) menor que o calculado para o ano passado. Na pecuária de corte o recuo foi de R$ 2,549 bilhões (3,3%) para R$ 74,385 bilhões. O valor na suinocultura cai 13% (R$ 2,017 bilhões) para R$ 13,537 bilhões. O frango teve perda de R$ 1,295 bilhão (2,4%) para R$ 26,048 bilhões.

A soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, registrou aumento de 3,02% (R$ 3,44 bilhões) na renda, para R$ 117,282 bilhões, um bom desempenho, considerando a queda de 0,9% da produção da oleaginosa. A cana-de-açúcar, segunda lavoura mais importante, apresenta uma queda de R$ 2,356 (0,4%), para R$ 52,477 bilhões.

O valor da produção do milho caiu 2,2% (R$ 964 milhões) para R$ 42,711 bilhões, com a alta de preços compensando a queda na produção, estimada pelo IBGE em 20,5% (17,5 milhões de toneladas). Outro destaque é o tomate, cuja renda caiu 47,2% para R$ 7,964 bilhões. No caso do café a renda subiu 13,4% (2,759 bilhões) para R$ 23,321 bilhões.

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