Albaugh anuncia investimento de US$ 300 milhões do Brasil
Publicado em 12/08/2016 18h40

Albaugh anuncia investimento de US$ 300 milhões do Brasil

Empresa americana de defensivo genérico reforçará plataforma de produção e usará sua marca global no país
Por: Rafael Salomão

A empresa norte-americana de defensivos genéricos Albaugh anunciou, nesta quinta-feira (11/8) um investimento de US$ 300 milhões para ampliar sua atuação no Brasil. A reestruturação dos processos de produção e comercialização tem a meta de elevar o faturamento da companhia no mercado brasileiro para US$ 500 milhões até o ano de 2021.

A fabricante está no país desde 2005, por meio da Atanor. No ano passado, acertou a aquisição da Consagro, negócio concluído no início deste ano. Com os novos investimentos, a estratégia é consolidar a integração dos ativos da Consagro e expandir o catálogo de produtos. É a primeira subsidiária que passa usar a marca global da companhia, batizada com o sobrenome de seu fundador, passando a ser chamada de Albaugh Brasil.

A fábrica, localizada em Resende (RJ), tem capacidade instalada para 10 mil toneladas de fungicidas à base de cobre por ano, além de 54 mil litros de herbicidas. Atualmente, a Albaugh tem um portfólio baseado em 20 princípios ativos no mercado brasileiro. A expectativa é ampliar essa base para 26 até o fim de 2016.

“O Brasil passa por uma crise econômica, mas tem empreendedor querendo investir aqui. Com esses investimentos, a empresa se firma no Brasil. Nosso foco é produto de baixo custo para o agricultor”, garantiu o presidente da Albaugh no Brasil, Renato Seraphin, em encontro com jornalistas, em São Paulo (SP).

Só neste ano, a expectativa é faturar o equivalente a US$ 180 milhões no mercado brasileiro. E, se for confirmada a expectativa para o próximo quinquênio, a representatividade dos negócios no Brasil saltaria dos atuais 9% para 25%, considerando a expectativa global de receita da companhia para o mesmo período, que é de US$ 2 bilhões.

A aposta dos executivos é em um cenário de maior demanda por produtos agrícolas e no fato de a agropecuária ter se mantido positiva em meio à turbulência econômica no Brasil. A estratégia de relacionamento com os clientes será baseada em revendedores, sem venda direta. A expectativa é formar uma rede de parceiros até março do ano que vem.

“Nossa atuação será maior nas culturas de soja e milho pelo perfil do nosso portfólio. Somos fortes na região Sul, mas temos a região do Cerrado para expandir nossos negócios”, explicou Seraphin, acrescentando que estão nos planos também defensivos biológicos e tratamento de sementes.

Em um cenário de crédito mais apertado para o produtor rural, os executivos reconhecem que boa parte dos negócios deve ser operações de troca de produto por insumo, como o barter, especialmente na região Centro-Oeste. “O que precisamos buscar é o equilibro do capital de giro que a empresa vai por no negócio e a rentabilidade esperada”, ressaltou o diretor financeiro Luiz Guimarães.

Expansão global

Fundada em 1979 no Estado norte-americano de Iowa, a Albaugh é a 13ª do ranking mundial no mercado de defensivos, considerando o faturamento. O processo de expansão global foi baseado, principalmente, em aquisições de companhias locais, em diversos países.

Atualmente, tem 44% da sua receita anual baseada nos Estados Unidos e no Canadá. Atua também na Europa, região que responde por 4% do faturamento, além de México (7%) e Argentina (4%), além dos 9% do Brasil.

Em 2015, 41% das vendas da empresa foram de herbicidas que têm o glifosato como princípio ativo. Outras categorias de herbicidas representaram 39%, fungicidas 9% e inseticidas 7%. A receita global foi de US$ 1,1 bilhão em um mercado de US$ 52 bilhões considerando os fabricantes de genéricos e produtos de marca.

“Hoje, há uma tentativa de reduzir a dependência de glifosato, por isso a necessidade de diversificação do nosso portfólio”, explicou o presidente da Albaugh no Brasil.

Para Renato Seraphin, o mercado de defensivos genéricos tende a manter a expansão. Dados apresentados por ele mostram que de 1999 a 2015, a participação desses produtos no mercado global passou de 34% para 59%. “Se considerarmos ainda as patentes que estão em vias de expirar, essa proporção aumenta para 77%”, disse.

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