Publicado em 06/09/2016 18h37

Verticalização da suinocultura é tendência no Rio Grande do Sul

Devido aos custos de produção, ciclo completo é cada vez mais raro na cadeia da carne suína brasileira
Por: Camila Tsubauchi | Thatiana Bueno | Bruna Robassa

Para garantir volume de fornecimento e diminuir custos, as cooperativas e integradoras da suinocultura gaúcha apostam na verticalização da produção, aponta a Expedição Suinocultura. Ao contrário do que ocorre no ciclo completo, no sistema verticalizado as etapas de criação do suíno – berçário, creche, recria e terminação – não são executadas na mesma granja. Cada produtor fica responsável por uma fase do processo, o que contribui também para a redução dos riscos sanitários.

Após percorrer as principais regiões produtoras do Rio Grande do Sul, a equipe da Expedição Suinocultura participou da 39ª Expointer, em Esteio (RS), na quinta-feira (1º). Técnicos e jornalistas visitaram o Centro de Eventos da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) para verificar como o setor têm se organizado para superar as dificuldades geradas pela alta nos preços dos insumos, principalmente do milho para ração.

Segundo o presidente da entidade, Valdecir Folador, a verticalização do sistema integrado têm se consolidado cada vez mais como alternativa para manutenção dos índices de produção no Estado. “Temos 90% da suinocultura dentro do sistema integrado e, desse total, em torno de 75% é verticalizado. A tendência é de concentração, não digo em menor número de empresas ou cooperativas, mas em menor número de produtores para ter mais escala”, avalia.

Roteiro

No Rio Grande do Sul, a Expedição Suinocultura passou pelos municípios de Rondinha, Pontão, Sananduva, Encantado, Anta Gorda e Esteio em visita a granjas, indústrias e cooperativas. Segundo maior produtor (713,6 mil toneladas/ano) e exportador (183,7 mil t/ano) do país, conforme apontam os dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Estado se destaca também pelo consumo da proteína. Enquanto o índice nacional é de 15 kg per capita ao ano, os gaúchos comem até 22 kg/ano.

A Expedição Suinocultura é uma iniciativa do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo em parceria com a Frimesa. A equipe de técnicos e jornalistas está na estrada desde o início de agosto e já percorreu o Paraná e Santa Catarina. Nas próximas semanas, o projeto segue para Minas Gerais, quarto maior produtor e exportador de suínos do Brasil. Juntos, os quatro Estados respondem por 80% da cadeia da carne suína nacional.

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Sobre a Expedição Suinocultura 2016

A Expedição Suinocultura é uma iniciativa do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo, que detém o know-how e a capilaridade da Expedição Safra, realizada há dez temporadas. O projeto consiste em um diagnóstico técnico-jornalístico da cadeia da carne suína no Brasil com roteiros pelos principais estados produtores: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. Em sua primeira edição, a Expedição Suinocultura conta com o apoio técnico e financeiro da Frimesa, do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), do Banco do Brasil, da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), da Suinosul e da Confraria do Leitão.

Saiba mais: www.expedicaosuinocultura.com.br