As empresas canadenses do setor de fertilizantes Agrium e Potash anunciaram nesta segunda-feira (12/9) que vão se fundir para criar uma das maiores companhias de nutrientes agrícolas do mundo, com uma receita anual de US$ 20,6 bilhões. O acordo, se tudo seguir dentro do planejado, deverá ser concluído em meados de 2017, com as aprovações por parte de reguladores, tribunais canadenses e acionistas. As discussões sobre a fusão começaram no mês passado.
A fusão ajudaria a Potash a proteger seus ganhos contra movimentos de volatilidade nos preços dos nutrientes agrícolas. Já para a Agrium, o acordo iria expandir sua produção de cloreto de potássio e outros ingredientes, o que representa uma aposta de que a demanda e o preço por esses produtos estão bem posicionados e com tendência de alta.
As companhias estimam que o negócio irá gerar até US$ 500 milhões em sinergia operacional anual de distribuição e integração de varejo, produção e otimização de despesas gerais e benefícios de aquisição. A nova empresa deverá ter 20 mil empregados e um valor da empresa (enterprise value) de US$ 36 bilhões.
O chefe-executivo da Potash, Jochen Tilk , será o presidente-executivo da nova companhia e o chefe da Agrium, Chuck Magro, será o CEO. A nova empresa será baseada em Saskatoon, no Canadá, atual sede da Potash.
Os acionistas da Potash vão receber 0,4 ações ordinárias da nova empresa para cada ação ordinária que eles tiverem. Já os da Agrium vão receber 2,23 ações ordinárias da nova empresa nos mesmos moldes. Os acionistas da Potash vão ter cerca de 52% da nova companhia e os da Agrium 48%.
Assessoria
Em um arranjo altamente incomum, o banco Morgan Stanley está se destacando no processo de fusão da Agrium e Potash ao prestar serviços de aconselhamento às duas empresas. O banco revelou a participação na última segunda-feira (12/9). As empresas canadenses do setor de fertilizantes Agrium e Potash anunciaram ontem que vão se fundir para criar uma das maiores companhias de nutrientes agrícolas do mundo, com uma receita anual de US$ 20,6 bilhões.
No final, as duas vão dividir a taxa da instituição financeira, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto. Ambas são clientes de longa data do banco. A Agrium foi assessorada em 2013 em uma disputa contra um investidor. A instituição financeira também representou a Potash na aquisição de uma empresa rival alemã no ano passado, que acabou não sendo concluída.
Os bancos costumam ter de escolherem somente um lado para evitar atritos nas relações com os clientes. O Goldman Sachs enfrentou uma crise quando aconselhou a fusão da New York Stock Exchange com a empresa de comércio eletrônico Archipelago Holdings em 2015. Alguns críticos ficaram céticos se no momento da negociação o banco conseguiu criar o melhor acordo para as duas partes. O banco viu esses possíveis conflitos, mas insistiu que eles poderiam ser gerenciados.
O acordo de fusão entre a Agrium e a Potash, se tudo seguir dentro do planejado, deverá ser concluído em meados de 2017, com as aprovações por parte de reguladores, tribunais canadenses e acionistas. As discussões sobre a fusão começaram no mês passado.