Previsão do tempo: chuva deve favorecer lavoura no Centro-Oeste e Matopiba
Publicado em 06/10/2016 17h47

Previsão do tempo: chuva deve favorecer lavoura no Centro-Oeste e Matopiba

Previsão do tempo: chuva deve favorecer lavoura no Centro-Oeste e Matopiba
Por: Joseandra Silva

Diante das condições de neutralidade do oceano, sem a presença do fenômeno La Niña, o cenário climático para a primavera everão da safra 2016/2017 aponta para  menos chuva para as regiões Sul e Sudeste e para Mato Grosso do Sul e maiores precipitações para Mato Grosso, Goiás e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Para outubro, a expectativa é que a chuva se espalhe pelo centro do Brasil e os volumes acumulados fiquem acima da média nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, além dos Estados do Paraná, Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul.

As precipitações devem ficar abaixo da média no leste do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Já em novembro, as previsões climáticas indicam possibilidade de chuvas acima da média em parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Para dezembro, as simulações apontam tempo mais seco em parte da Região Sul, com destaque para áreas do centro, oeste e sul do Rio Grande do Sul. “Somente no leste e norte do Paraná e no leste de Santa Catarina a chuva ficará acima da média”, adianta Celso Oliveira, meteorologista da Somar Meteorologia.

Na Região Sudeste, a chuva fica acima da média nos quatros Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. Enquanto no Centro-Oeste a chuva enfraquece no sul de Mato Grosso do Sul, norte de Goiás e no nordeste de Mato Grosso e fica na média climatológica ou abaixo. Por outro lado, no norte de Mato Grosso do Sul e na maior parte de Goiás e de Mato Grosso, choverá mais que o normal.

Já na zona de confluência dos polos de produção agrícola do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (região batizada como Matopiba), as primeiras trovoadas chegam em outubro, mas a chuva ainda fica abaixo da média, com risco de veranicos. Em novembro, a chuva ainda será abaixo da média, mas na segunda quinzena o acumulado será mais elevado. “Porém, o produtor deve ficar alerta, pois a regularização só deve acontecer entre novembro e dezembro”, afirma Celso Oliveira.

Como será o clima sem La Niña?

Após meses de expectativas, em setembro os centros internacionais divulgaram que a instalação dofenômeno La Niña não se confirmou.

Segundo a Universidade de Columbia e a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa), o resfriamento das águas do Pacífico não tem intensidade o suficiente para configuração do fenômeno.

Para se confirmar a atuação de um La Niña, são necessários seis meses consecutivos de temperaturas 0,5ºC abaixo da média nas águas superficiais do Oceano Pacífico equatorial.

Desde junho, o desvio da temperatura oscilava em torno desse valor, mas no final de agosto o desvio ficou acima de -0,5°C e sem expectativa de uma nova queda em um curto período.

Com a ausência do La Niña, muitos produtores estão apreensivos sobre os impactos dessa mudança na safra de verão.

Na opinião de Paulo Etchichury, climatologista da Somar Meteorologia, o impacto deve ser baixo sobre a safra 2016/2017, pois essa mudança de classificação não muda o cenário climático configurado, no qual as águas do Oceano Pacífico já estão mais frias.

É importante destacar que no verão passado a atmosfera estava sob influência de um intenso El Niño, que é o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, e essa atuação trouxe chuva em excesso para o centro-sul do país e escassez para o Norte e Nordeste. Este ano, independentemente do La Niña, a tendência é de menos chuva no Sul e de mais chuva sobre o centro e norte do Brasil.

“Na realidade, a grande mudança de 2015 para este ano não seria o La Niña, agora descartado, mas a ausência do El Niño visto entre 2015 e 2016. Esse fato já é suficiente para mudar o padrão climático em todo o país”, conclui Etchichury.

*As informações são da Somar Meteorologia
assessoria@somarmeteorologia.com.br| tempoagora.com.br

 

Tempo seco pode afetar o segundo plantio de trigo

ARGENTINA - A última safra argentina de soja foi penalizada pelo excesso de chuvas causadas pela atuação do fenômeno El Niño. Para se ter uma ideia, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita de 2015/2016 ficou em 56 milhões de toneladas – foram 60,8 milhões de toneladas na safra anterior.

Neste ano, sem o El Niño, o cenário climático é diferente. A primavera chega em condição de neutralidade, com viés de frio, e as condições de umidade para o primeiro plantio são satisfatórias, apesar das temperaturas até setembro estarem um pouco abaixo da média.

Já em relação ao segundo plantio, realizado entre o final de novembro e dezembro, a condição será de tempo mais seco, o que pode afetar a lavoura de trigo, afirma Paulo Etchichury, da Somar Meteorologia.

Diferentemente do ano passado, quando o El Niño potencializou as chuvas e as frentes frias ficaram no Sul, este ano, mesmo sem configuração de La Niña, a condição climática aponta para um verão com chuva dentro ou ligeiramente abaixo da média.

“O produtor deve ficar atento ao risco de estiagem em janeiro e fevereiro nas províncias de Misiones, Corrientes e Entre Rios. Isso deverá ocorrer porque nesse período as frentes frias estarão mais ao centro-norte do Brasil”, diz Etchichury.

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