Publicado em 07/10/2016 23h41

Equipes iniciam maratona para desenvolvimento de aplicativos voltados ao controle de pragas

Dezenas de estudantes universitários reuniram-se nesta sexta-feira (7/10), na Sede da Embrapa, em Brasília, em uma maratona de desenvolvimento de aplicativos móveis (hackathon) para apoiar o controle de pragas agrícolas.
Por: Fernando Gregio | Secretaria de Comunicação da Embrapa

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O desafio é criar tecnologia digital para potencializar o Manejo Integrado de Pragas (MIP), um método capaz de reduzir drasticamente o uso de inseticidas nas lavouras.

As 12 equipes cadastradas, representando Unip, UniCeub, UnB, Estácio de Sá e UPIS, terão até o próximo dia 27 para apresentarem suas soluções. Os três melhores aplicativos serão incorporados ao catálogo de software da Embrapa, para as plataformas Android e IOS.

Os aplicativos deverão ter foco nas fases de identificação e monitoramento do manejo integrado de pragas, nas culturas do milho, feijão, soja e algodão. O objetivo é auxiliar o produtor na tomada de decisão quanto à melhor estratégia a ser adotada, por meio de relatórios analíticos dos dados obtidos. 

A abertura do Hackathon Embrapa contou com a presença de técnicos, pesquisadores e do diretor-executivo de P&D da empresa, Ladislau Martin Neto, além de coordenadores de cursos e professores das instituições envolvidas e representantes de empresas de desenvolvimento de software. As equipes contaram com o apoio de pesquisadores da Embrapa durante a formulação do planejamento de suas soluções, ao longo desse primeiro dia de evento.

Conhecimento e mercado

O prazo de 20 dias para o desenvolvimento das soluções é um diferencial do evento da Embrapa. "Os hackathons, geralmente, são realizados em um período mais curto de tempo e, muitas vezes, não geram resultados substanciais. No Hackathon da Embrapa, os estudantes poderão colocar em prática todo o processo de engenharia de software para desenvolver um produto final", explica o coordenador do evento, Fabiano Mariath.

Um desafio que foi aceito pelos estudantes Maurício Serpa, Yuri de Sousa e Jesse Abreu, do 4º semestre de Sistemas de Informação do Centro Universitário Estácio de Sá, em Brasília. Eles decidiram participar do Hackathon após a indicação de um professor, mesmo sem ainda terem tido aulas sobre linguagens para dispositivos móveis. A ideia do trio é desenvolver um aplicativo para auxiliar o controle de lagartas, bicudo e pulgão em lavouras de algodão. "O prazo é curto para desenvolver todas as funcionalidades para as três pragas, mas nossa expectativa é pelo menos desenvolver e apresentar o protótipo", explica Jesse.

Para as universidades, trata-se de uma oportunidade a ser comemorada. "Muitas vezes a academia fica tentando encontrar problemas reais, para que os alunos apliquem soluções em seus trabalhos, e não consegue encontrar. Os estudantes se empolgam quando apresentamos um desafio real e bem definido do mercado, como esse que a Embrapa está oferecendo nesse hackathon", revela Maurício Lyra, coordenador do curso de Ciência da Computação do UniCeub.

A oportunidade de aproximar os estudantes a problemas e clientes reais também foi exaltada pelo coordenador do curso de Sistema da Informação da UPIS, Chico Schlabitz. "Envolvemos nesse trabalho graduandos do curso de Agronomia, que serão consultores das nossas equipes no hackathon, formadas por alunos de Sistema da Informação. Já promovemos uma conversa entre eles e os estudantes da área de TI ficaram empolgados com a troca de ideias que tiveram. Isso mostrou a eles a importância de ouvir o cliente, entender suas demandas".

Para o estudante Luciano de Sousa, do 7º semestre de Mecatrônica da Unip, em Brasília, o Hackathon é uma oportunidade de obter novas informações. "O mercado de trabalho em Mecatrônica é muito amplo e a participação no evento agrega muito ao curso", diz. Luciano e o colegas Gabriel David (8º) e Sileir Silva (7º) estão trabalhando em um aplicativo para auxiliar produtores de feijão no monitoramento da mosca-branca, uma das pragas mais relevantes da cultura.

Visão de futuro

O hackathon é uma das ações da Embrapa para fortalecer seus canais institucionais com universidades. A iniciativa faz parte do Sistema Agropensa e tem o objetivo de prospectar estratégias para reforçar a atuação da empresa no desenvolvimento de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para a agropecuária.

"Compartilhar ideias é a alma do Agropensa. E a pesquisa da Embrapa se torna mais forte hoje com todas essas equipes do hackathon reunidas. Essas parcerias são estratégicas para a geração de novas tecnologias", diz o coordenador do Sistema Agropensa, Edson Bolfe, que falou dos desafios futuros da agropecuária durante a abertura do evento.