Publicado em 10/10/2016 18h49

2016 tem sido ano de cenário adverso bastante desafiador, diz BRF

Sobre investimentos no exterior, o CEO da companhia afirmou que há um grande interesse na África Subsaariana
Por: Estadão Conteúdo

moeda real

O CFO da BRF, Alexandre Borges, afirmou nesta segunda-feira (10/10), em entrevista com jornalistas, antes do início do evento "BRF Day", que o ano tem sido bastante desafiador, devido àcrise econômica do país. Isso, segundo ele, tem ajudado a provar a eficiência da estratégia da BRF, que tem como um de seus planos se tornar cada vez mais uma empresa global visando, além da exportação, parcerias e investimentos em outros países.

Sobre isso, no entanto, ele voltou a reafirmar que não há ainda uma decisão na empresa sobre a abertura de capital (IPO) da empresa na Malásia, embora haja o interesse. Na semana passada, em comunicado ao mercado, a BRF anunciou que concluiu a operação de compra do controle (70%) da FFM Further Processing, processadora de alimentos baseada na Malásia. A transação, no valor de US$ 16 milhões, foi conduzida pela BRF Foods GmbH.

Questionado se a empresa já contratou bancos para assessorá-la na questão de abertura de capital no país asiático, Borges disse que ainda não. "Estamos com conversas de assessores, mas não temos a formalização de contratação de nenhum banco para IPO Malásia", disse.

Ainda sobre investimentos no exterior, o CEO da BRF, Pedro Faria, afirmou que há um grande interesse na África Subsaariana, onde a companhia pode, segundo ele, crescer em 10 milhões de toneladas nos próximos dez anos. "Não há nada ainda de concreto, mas temos equipes estudando a região desde o início do ano lá", afirmou.

Empresa global

O presidente do conselho da BRF, o empresário Abilio Diniz, voltou a afirmar que o plano é transformar a BRF em uma companhia cada vez mais global. Além da atuação nos países do Oriente Médio, África Subsaariana e Europa, Diniz citou a Argentina. "Fizemos apostas importantes. A argentina está se recuperando, ainda com dificuldades", disse. Recentemente, o Conselho de Administração da BRF aprovou a reorganização societária das subsidiárias da companhia localizadas na Argentina, incluindo as sociedades dos grupos Campo Austral e Alimentos Calchaquí Productos 7 S.A..

Já sobre o Brasil, Diniz afirmou que o País vive um grande momento. "É claro que as dificuldades não desaparecem da noite para o dia, mas há sinais de retomada", afirmou ele a jornalistas, durante o BRF Day. "Há sinais claros de retomada; não há dúvida nenhuma que 2017 será bem melhor, talvez consigamos crescer ainda este ano", projetou. Para ele, os sinais são a queda da inflação em setembro e a entrada de investimentos estrangeiros, que farão a economia se movimentar.