Publicado em 10/10/2016 18h51

Abate halal é oportunidade única, avalia BRF

Direção da companhia destaca que categoria é a que mais cresce no mundo.
Por: Estadão Conteúdo

sadia_halal

A exemplo de outras empresas brasileiras produtoras de proteínas, aBRF vê o segmento de carne halal(produzida seguindo os preceitos do Islã) como uma grande oportunidade de crescimento. "O halal é uma oportunidade única, é a categoria que mais cresce no mundo", disse o CEO da BRF, Pedro Faria, em conversa com jornalistas antes do início do BRF Day, na manhã desta segunda-feira (10/10), em São Paulo.

Segundo Faria, mais de 25% da produção total da BRF é halal e isso deve expandir nos próximos anos com a participação cada vez maior da companhia em países com maioria da população muçulmana e com as exportações.No início de junho passado, a BRF criou a subsidiária Sadia Halal, para centralizar a produção, distribuição e comercialização de alimentos destinados aos mercados muçulmanos.

Na semana passada, a empresa de alimentos BRF aprovou a criação de uma subsidiária no Egito em meio à estratégia de internacionalização. Na mesma oportunidade, a empresa aprovou o encerramento da subsidiária Quickfood no Chile e aumento de capital de 362 milhões de pesos argentinos na Quickfood Argentina. "Até o final do ano vamos mudar o modelo de atuação de Egito com aquisições e parcerias", disse.

Fornecedores

O CFO da BRF, Alexandre Borges, afirmou que a redução do pagamento de fornecedores faz parte de um movimento de enfrentar os desafios encontrados pela empresa neste ano. "Estamos vivendo na indústria um momento de aperto no Brasil e isso é um esforço nosso de tentar buscar nossa rentabilidade", afirmou no BRF Day. Como o Broadcast Agro antecipou, a BRF anunciou aos seus fornecedores, no fim de setembro, uma redução temporária de 5% para todos os preços de serviços contratados e materiais adquiridos no Brasil durante os meses de outubro, novembro e dezembro deste ano.

Em comunicado enviado aos fornecedores, ao qual a reportagem teve acesso, a empresa informou a situação como uma medida de contenção de custos e despesas. No texto, a empresa fala que a medida foi tomada em razão da "atual situação econômica do País, somada ao forte aumento de preços das commodities diretamente ligadas à cadeia produtiva".

"É um convite ao diálogo, muitas dessas conversas estão entrando para uma parceria de ganha-ganha", disse o CEO da empresa, Pedro Faria, afirmando que foram realizadas conversas posteriores com os fornecedores sobre esta situação e que ajustes foram feitos à estratégia.

Reajustes

Após um aumento médio nos preços dos produtos produzidos pela BRF no Brasil de 3,5% no terceiro trimestre, a companhia estuda ainda possíveis novos reajustes para os últimos três meses do ano, segundo Borges. "Vamos avaliar se vamos fazer novos aumentos ou não", disse.

Neste ano, o aumento do preço doméstico do milho pressionou as margens das indústrias e foi o principal aumento de custo dos frigoríficos. Para Borges, essa cotação tende a voltar a um patamar de paridade com os preços internacionais do grão em 2017 com o avanço da safra - principalmente a primeira safra, a de verão - e também com a abertura para a importação do grão.

"A expectativa é que na safra verão aconteça essa convergência estrutural", disse Borges. "Na semana passada tivemos uma excelente notícia, a importação do grão dos EUA, que pode ajudar a desafogar esse mercado", disse. Os executivos afirmaram que a empresa já estuda importar milho norte-americano para sua produção.