Publicado em 10/10/2016 18h55

Ministério Público quer manter preso “o maior desmatador da Amazônia”

A.J. Vilela é acusado de desmatar uma área gigantesca da floresta
Por: Globo Rural

desmatamento

O Ministério Público prepara uma nova denúncia contra o empresário. Foto: Reprodução / AgênciaBrasil

O Ministério Público Federal quer manter preso em Tremembé, interior de São Paulo, Antonio Junqueira Vilela, o A. J. Vilela. Ele é acusado de desmatar uma área gigantesca da Amazônia, correspondente ao tamanho de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Nesse sentido, o Ministério Público prepara uma nova denúncia contra o empresário. A. J. Vilela é acusado de chefiar uma quadrilha, e ele escolhia em um sobrevoo qual parte da floresta iria virar fazenda.

“Ele possuía aeronave e sobrevoava as áreas com o intuito de desmatá-la”, disse o delegado Yuri de Oliveira, chefe do Departamento de Polícia Federal, em Altamira, no Pará. “A partir daí, se via uma sucessão de crimes envolvendo ao menos 28 pessoas.” A. J. Vilela está preso desde julho.

A acusação contra Vilela relata: “Depois que a área é completamente desmatada, o último estágio do golpe da quadrilha é colocar gado na terra. Quase sempre da raça nelore, para parecer que a ocupação é antiga, numa tentativa de dar legalidade ao crime. Se a pessoa não tinha dinheiro pra arrendar a terra, ela poderia fazer o pagamento com soja, com gado.”

Ana Luiza Vilela Viacava, irmã de A. J. Vilela, e o marido dela, Ricardo Viacava, também foram presos sob a acusação de lavar o dinheiro do esquema. A quadrilha teria movimentado quase R$ 2 bilhões entre 2012 e 2015. Sua defesa diz que os dois não têm relação com irregularidades e que a inocência será provada durante o processo.

A defesa de A. J. Vilela nega as acusações e afirma que ele jamais comandou qualquer organização criminosa.