Publicado em 14/11/2016 15h52

Temperatura global deve quebrar recordes em 2016

Há também registros recordes em outros fenômenos como a diminuição do gelo ártico, os incêndios florestais, a diminuição da barreira de coral e o aumento de fenômenos extremos como os ciclones
Por: Agência EFE

Clima

A temperatura global muito provavelmente quebrará com os recordes de calor em 2016, como já fez em 2015, segundo um relatório da Organização Meteorológica Mundial (WMO, sigla em inglês) apresentado nesta segunda-feira (14/11) em Marrakech durante a COP 22.

"É muito provável que 2016 seja o ano mais quente de todos os registrados (...) com temperaturas que estarão 1,2 graus acima dos níveis pré-industriais" e 0,88 graus acima do período 1961-1990, afirma o relatório baseando-se nos dados recolhidos entre janeiro e setembro deste ano.

Entre os picos de calor nunca alcançados até essa data, o relatório cita os de Pretória - África do Sul (42,7 graus), Tailândia (44,6), Phalodi - Índia (51 graus), Basra - Iraque (53,9 graus) e Mitribah - Kuwait (54 graus).

O aumento de temperaturas foi associado, além disso, a registros recorde em outros fenômenos como a diminuição do gelo ártico, os incêndios florestais, a diminuição da barreira de coral e o aumento de fenômenos extremos como os ciclones, os maremotos e as secas de grau severo, segundo as medições da WMO.

Não são só afirmações abstratas, já que o relatório cita fenômenos concretos registrados em 2016, como o furacão Matthew que destroçou o Haiti, as inundações do Yangtzé na China e o incêndio que assolou em maio Fort MacMurray em Alberta (Canadá), além do fenômeno do El Niño, particularmente virulento neste período 2015-2016.

Entre as consequências humanas, as mais graves ocorreram no Haiti (540 mortos pelo ciclone), e pelas inundações na China e Sri Lanka (mais de 500 mortos), às quais é preciso somar os milhões de afetados pelos ciclones e tornados, e o deslocamento forçado de 14,7 milhões de pessoas por secas e inundações, principalmente no sudeste asiático.

A WMO propõe em seu relatório que o registro de temperaturas seja feito agora com valores semanais, para medir com mais precisão o impacto da mudança climática, algo necessário para que setores como a agricultura, a gestão de água, os planos energéticos e a saúde possam adaptar suas previsões mundiais.